O gato é realmente solitário? Vamos descobrir sua verdadeira natureza.

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Muitas vezes ouvimos dizer que os gatos são animais independentes, que preferem passar o tempo sozinhos e não gostam muito da companhia das pessoas. Mas de onde vem essa ideia de que os gatos são solitários? Será que isso é realmente verdadeiro? Para entendermos o comportamento de colônia dos nossos felinos, vamos contar com a ajuda da Dra. Juliana Damasceno, bióloga, mestre e doutora em psicobiologia. Esse assunto envolve diferentes aspectos relacionados à origem dos nossos gatinhos.

Os gatos domésticos e sua origem solitária

É comum ouvir que os gatos são solitários e não gostam de companhia. Mas os donos de gatos sabem que isso não é completamente verdade, já que os felinos são independentes, mas não rejeitam a presença de um humano confiável. Então, de onde vem essa ideia de que os gatos são solitários? Uma possível explicação está na origem dos nossos gatos domésticos, também conhecidos como Felis silvestris catus.

Há milhares de anos, os seres humanos eram nômades, mas com o desenvolvimento da agricultura, passaram a se tornar sedentários. Nessa época, chamada de Revolução Neolítica, alguns animais perceberam que era vantajoso estar perto dos locais onde os humanos viviam. Assim, começou o processo de domesticação dos nossos amados gatos, originados a partir do gato-selvagem-africano (Felis silvestris lybica).

O gato-selvagem-africano era um animal solitário, que preferia ficar sozinho, caçar para si mesmo e defender seu território com unhas e dentes, como a maioria dos felinos. É aí que começa a confusão.

Gato selvagem vs gato doméstico

Não se sabe ao certo quando os gatos selvagens começaram a substituir alguns comportamentos por outros. Sabe-se apenas que os animais que se davam melhor com os humanos tinham mais chances de sobreviver, o que é fundamental para o sucesso de uma espécie. Então os seres humanos começaram a acasalar os felinos mais dóceis entre si, criando assim a nova subespécie que temos hoje como animais de estimação. Portanto, não está errado dizer que nossos gatos têm algumas características semelhantes aos seus primos selvagens. No entanto, tanto as características físicas quanto as comportamentais foram modificadas ao longo do tempo para se adaptarem melhor à convivência com os humanos.

Solidão, solitude e independência

Quando falamos de um gato solitário, é importante entender que não estamos falando de solidão, mas sim de solitude – uma escolha consciente feita pelo próprio gato, por seu conforto ou por necessidade natural (como no caso dos felinos selvagens). Portanto, é natural que um gato solitário tenha comportamentos que possam parecer estranhos. Mesmo domesticados, os gatos ainda são muito independentes e podem se virar sozinhos até certo ponto. Por isso, não se preocupe em como fazer um gato solitário feliz, pois ele não está realmente sozinho e tem alguém cuidando dele.

Quando os recursos necessários para a sobrevivência estão disponíveis em abundância, os gatos podem viver em colônias e ter características comunitárias. No entanto, isso não significa que eles deixaram de ser territorialistas. Com o comportamento coletivo, eles permitem que indivíduos conhecidos compartilhem seu ambiente. Porém, quando um animal estranho ou uma pessoa desconhecida aparece, eles podem ficar em alerta.

Solidão felina

Com base em todas essas características, podemos concluir que os gatos selvagens escolhem a solitude, mas os gatos domésticos perderam em parte essa característica ao longo dos anos. Isso significa que, sim, nossos gatos podem sentir solidão. Como eles se tornaram animais sociáveis, os bigodudos precisam de atenção e companhia. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a ansiedade de separação não afeta apenas os cães, mas também os gatos podem sofrer dessa doença. Portanto, se o seu gato passa muito tempo sozinho e está mostrando sinais de que não gosta disso, ele pode estar tentando te dizer algo. Alguns sinais de que um gato pode estar sofrendo de solidão incluem aumento ou diminuição excessiva de higiene, fazer suas necessidades fora da caixa de areia, alterações nos padrões de sono, se esconder por longos períodos ou mudanças no apetite. Se você notar esses sintomas em seu gato, é importante marcar uma consulta com um veterinário para que ele possa avaliar melhor os comportamentos anormais e fazer um diagnóstico preciso, pois esses sinais não correspondem a uma única condição. Além disso, socializar seu gato desde filhote e ter mais de um gato em casa pode ser uma boa ideia. Brinquedos interativos e enriquecimento ambiental também são fundamentais para o bem-estar dos gatos. O treinamento com um profissional também pode ser útil.

Se você gostou de aprender sobre o comportamento do gato solitário e quer mais dicas sobre como os felinos se comportam, continue acompanhando o blog da Petz e aprenda mais sobre esses adoráveis ​​animais que amamos!

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